segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

esperança espera

O que é que se espera em esperar senão um sorriso do dia e um abraço da noite e o desejo do aconchego?
Sorri o riso que ri
Sem senha
Sonho-o, assim
Sorri a mim
Sempre em sentir
Suor de amor
Suor em flor
Sulco de esplendor
Silvo em rara cor
Sutilmente a sentir o
Sorrir
Sim em sim
O que é que se espera em esperar - pois um sorriso do dia e um abraço da noite e o desejo do aconchego.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Poema de tarde de domingo

escrito em algum domingo de 2011

A tarde de domingo pode ser denominada como uma tentativa de descoberta do homem, e o que ele é e significa, acerca do mundo.
Chove gostoso.
Um filme na TV.
Pensamentos planos para o Mestrado.
E em qual maneira meu eu futuro -
Se sentir bem...
A descoberta é desvendada.
E o que descubro é que eu simplesmente quero passar a minha vida inteira descobrindo.
Descobrir faz parte de mim.
Então.
Encontro-me.
Respiro. Penso. Aspiro e aspiro à
 - Coisa tão incognitável é a vida! 

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Navegar é preciso

Encontro esconderijo dos loucos que me perseguem dentro da minha loucura que camuflo com mais doses de loucura e cobertura de máscaras sociais.

Danço esguia e com o sorriso em estampa de flores ao sol, meus sonhos malogrados escondem-se nas pétalas, querem desgarrar-se da realidade vil e lançar-se à sorte da brisa pandoresca.

Reflito o meu reflexo que reluz em uma bacia dourada, cravejada de diamantes oferecidos por um mundo turvo de cinzas de escapamentos de carros zeros e almas vazias.

Canto muda o meu canto, leio cega meus versos, corro amarrada atrás de meu sonho, choro sorrindo minhas dores.

Vivo apenas - é preciso que se navegue: o mar pode pegar.

Navego sem velejar, nado sem braços, não afundo, ainda resta-me o saber boiar.

Eis que do boiar surge a paz do silêncio - então o ouço:

O silêncio diz:

"arribe"
"corra"
"bata os braços"
"bata as pernas"

O silêncio grita:

"seu pai"
"sua mãe"
"suas sobrinhas"
"seus irmãos"
"seus amigos"

O silêncio implora:

"você"

Boio... descanso... nado... levanto, corro, sorrio - vivo!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Castelos e Catedrais

Ao meu amigo Felipe
escrito em 2012, mas sobre os anos de 2006 a 2010, São Paulo

Os meus castelos são sobrados;
As minhas catedrais são capelas;
Minha gata, preta SRD;
Meu estudo, público;
Meu carro, público;
Meu dentista, público;
Minha natação, pública;
Minha refeição, púbica;
Minha morada; pública.

Por quê:
Os meus castelos são sobrados;
As minhas catedrais são capelas.

Do privado tenho tive tivera teria terei tinha:
O patrão.
Ora maldito;
Às vezes, muito raramente:
Bem dito.
Oba, Ora, senhorio, não, senhora.

O meu sobrado me basta!
A minha capela me basta!

- Só queria um novelo de lã de verdade,
que não desfiasse à primeira
unhada de felina gata.