domingo, 29 de janeiro de 2012

Pourquoi ?


Hoje, noite de domingo. Assisti a dois filmes. E vi, mais uma vez, os bons corações em conflito com os maus corações. Dependendo de quem é o poder e de quem é a sorte, vencerá o bom ou o mau.

Antes de ver estes filmes, vi cenas reais, e vivi-as por assim dizer. Fui testemunha, fui personagem, fui protagonista, fui coadjuvante. Fui e não estou no passando, costuro meu presente com remendos de alegria como embalagem.

O que crio está bem longe de ser um mundo de comercial de margarina, ou de um algorítmo positivista, tão pouco me lanço a um niilismo ilimitado e escuro. Vivo da melhor maneira possível. Penso que consigo. Sou boa e não me canso de sê-la. Ferro-me com isso, e para não me ferrar de vez, às vezes, pelo infelizmente de certas coisas, acabo por ter de me tornar um ser de atitude maquiavélica, não má... pois má não o sei ser... apenas busco nas poucas ferramentas oferecidas pela justiça um meio político de torná-las úteis a esta mulher recém, refém do amor e da maldade do homem.

Noite só e desacostumada de domingo. Dois filmes só. Almoço e jantar só. Regressa a minha cidade, lugar onde não imaginava estar agora. Queria estar a olhar o mar, ainda. Talvez, quem sabe um dia, eu vá embora para o mar. Ao invés de Sampa, Rio ou Bahia. Depois do doutorado, decido, pois... quem sabe o Mediterrâneo, quem sabe o Tejo em foz com o Atlântico, quem sabe o interior por definitivo.

Meus machucados doem às vezes. Hoje eles doeram porque permiti que lembranças boas viessem à tona e a saudade machuca, quando não queremos senti-la. E saber que coisas não boas desequacionam minhas memórias, faz com que o desejo de que sejam apagadas certas lembranças alvorocem-se dentro do meu estômago, e doem minhas costelas e garganta.

Meus olhos cheios de lágrimas clamam alegria e tristeza: eis um novo ciclo. Eis um nascer novamente. E os planos, por mais que ainda continuem, por mais que não tenham sido esquecidos, foram todos cambiados pelas atitudes dos outros.

Não me livro de minha culpa pela permissão que dei aos acontecimentos. A força minha foi até onde a inteligência a pode acompanhar, e esta última disse-me: volte e seja feliz de verdade. Então voltei.

Teimosia taurina, você perdeu.

Sorocaba, por enquanto, você ganhou.

São Paulo, você agora é duas vezes em sete.

Paris, logo logo compro minhas passagens de férias.

"Mundo mundo vasto mundo,

se eu me chamasse Raimundo

seria uma rima, não seria uma solução."

Então continuo Monica Messias

E como o início:

Uma mulher caminha.