segunda-feira, 17 de setembro de 2012

que será que quer dizer?

Eu não quero acreditar
E também nem quero descrer
Não sei o que é que quer dizer
Não sei o que poder fazer

Eu não quero acreditar
Que as lembranças vão fenecer
Que o conto se desfez
Que foi tudo era uma vez

Eu não quero acreditar
Que a verdade é assim
Se as coisas não vão mudar
E vou ter que ir até o fim

Eu não quero acreditar
A verdade só faz amargar
A solidão assombra a paz
A alegria não satisfaz

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Um dia de reflexão

Dia 11. 11 de setembro. Se torres houvessem caído no meio da África em 2001, talvez hoje não fosse um dia tão lembrado por todos. Porém não estou aqui para escrever sobre o catastrófico 11 de setembro histórico de 2001, mas sobre algumas reflexões sobre o 11 de setembro de 2012.

À parte a tristeza que assola todo ser humano respirante, eis algumas reflexões sobre coisas que gosto de fazer:

escrever
bater papo furado
ficar sozinha
ficar em turma
nadar
correr
pedalar
agora a mais nova:
treinar taekwondo
beber água
tentar andar de skate
brincar com minha sobrinha
dar um selinho na minha mãe
perder tempo no facebook
ler o que não sou obrigada a ler
desenhar
pintar
ir a festas
ouvir música
sentir o silêncio
pegar a estrada
ir à usp
dar aula (quando os alunos estão calados)
ir ao teatro
ir ao circo
ir ao ballet
e amar sem medo

eu consigo fazer tudo isso e reclamo de dias tristes  

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Dia triste

Dia 10. Dia vazio. Desgostos em alta. Em alta também está a vontade de sentir felicidade. Mas a felicidade é sonho. E os sonhos estão guardados. Por um fantasma sem nome. Em um buraco escondido.

O chão não tem firmeza. Chuto para esquecer. O ar não tem leveza. Não voo. A água em que mergulho não faz fluir o sentimento escorregadio e áspero do vazio.

Música. Nenhuma a agradar. Comida. Nenhuma a satisfazer. Sim, hoje é um daqueles dias de fazer de conta que a vida é legal.

Sem desespero. Viverei assim até quem sabe 90 anos. Mas que tédio!

Não há sono, embora queira dormir; Não há choro, embora queira berrar; Não há briga, embora queira bater.

Sou fraco. Sou humano. Condição voltada à merda da insignificância de ter a capacidade de verbalizar esse vazio do espírito.

Sexo: banais.

Amor: não existe.

Pai: morto.

Mãe: ...

Eu: vazio.


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Eu paro

Os eventos estão acontecendo com um cheio de não querer acontecer. Um vazio cheio de obrigações devora cada oco preenchido de breu que mora dentro do meu eu que desconheço. Paro. Respiro. Sei que não sou livre tão pouco independente, embora vá pra onde eu queira e não sofra ordens extremas, tudo de acordo com o dinheiro que possuo. Paro. Goles de qualquer líquido não são capazes de me acalmar. Paro. Respiro. Cada saída e entrada de ar é tão dolorida quanto o próprio fato de ter que viver. Há uma primazia vaga de eventos sem acontecimentos. Não há nem ansiedade, nem depressão a ser sofrida. O vazio de se sentir é de tamanha insanidade que a razão não consegue verbalizar o que é que significa se sentir vazio. Paro. Leio mais um trecho daquele novo romance daquele escritor consagrado, pesquisador em semiótica, que fala de um personagem bipolar. Nisso me distraio. Paro. Vejo um filme que me remete a um mundo de personagens fictícios de mundos expressamente tão vazios quanto o meu. E descubro sem originalidade que não tenho o privilégio de ter somente eu e mais ninguém o sentimento do vazio. Paro. Não há choro. Paro. Respiro com dificuldade. Paro. Não consigo pensar se amor de verdade é de existir. Paro. E vejo que é inevitável não continuar. Continuam os eventos. E faço eventos. E eles se fazem sem parar, e me obrigam a continuar. E vou continuar a fazer e ser eventos. Paro. Não morro, simplesmente por que não sou capaz.