segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Enleio de cores

Eu não sei o que houve no exato momento da leitura.
Eu não sei o que há porque não há trocas de olhares.
Eu não sei o que hesitar, por que simplesmente não o sei.

Era uma noite antes da janta quando um repente se fez.
Era um dia que estava chegando ao seu fim depois de se ter feito.
Era um momento desses inesperados em que não se sabe o que se faz.

Não foi memória involuntária.
Não foi desejo repetido.
Não foi porque não era.

Quando o vermelho não acontece no prosaico, mas se branda entre o azul e o branco, um hiato dialogal é criado que preenche de ainda mais dúvida o que principiara em vermelho.

E mais vermelho fica.
E de mais vermelho enche.
E assim em vermelho explode.

Pensamento: um confuso distrito indominado.
Sentimento: um se pensar ter certeza sobre.
Razão: um atrapalhar do tudo.

Então o azul revigora e surge uma situação dada como o que deveria ser, seja o contexto qual fosse, o importante é que prevaleça a santa paz indubitável do azul.

E nisso deixa-se de lado o vermelho.

Vermelho tão desejado, mas tão temido, e por isso, amordaçado.
Vermelho tão ébrio conforme a insanidade o configura.
Vermelho tão sedento de ser vivido.

Vermelho.
Ver. Sê-lo.
Vem sê-lo.
Vermelho.