quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Olhinhos

Tenho vontade tão grande de poder vivenciar o humanismo,
Em pouco às vezes o consigo, 
Bem às vezes,
num, de repente, abraço sincero.

Hoje vi olhinhos que pensavam saber,
Mas eram olhinhos presos dentro de gaiolas e de prestígios,
Olhinhos ensinados a ver tudo que há de mal e errado no mundo,
Mas ah, Deus do céu! Que desde a Torre de Babel tornou impossível a comunicação!
Os olhinhos sabem o que é mal, mas não sabem como se desvencilhar de ser mau.
A comunicação que lhes chegou aos ouvidos lhes dizendo sobre atrocidades,
Desde a Guerra de Troia à Invasão do Iraque,
Não passou de história contada,
Quase uma fábula,
Mas sem moral,
Só bichos,
Humanos?
Nenhum.

Pergunto-me com os meus também olhinhos,
Vermelhos de raivágrimas, doídos, temerosos,
De que forma convencê-los de que amar é o único caminho?

Dos meus olhos para a garganta desce um nó seco que engulo de um grito malogrado.
Amanhã será outro dia e eu espero, espero mesmo,
Que eu possa ao menos lhes ler mais um conto,
E tocar em metamorfose mais um olhinho.