terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Anne ama

Anne critica ardentemente Simone de Beauvoir. Anne ama seu trabalho, mas sofre em não poder cuidar de sua casa, como dita a cultura arraigada por anos em seu coletivo estado de ser humano em grupo convivendo. Anne ama, acima de tudo. Mas precisa se enquadrar no quadrado modernismo da mulher moderna que aceita ser sexualmente sexuada nos sentidos mais frios e prostitutos das palavras vis de homens que creem na prostituição do amor. Ainda assim, Anne ama.

Certo dia, Anne sai com um cara bacana, e ele a sexualiza. Certo dia, Anne sai com um cara descolado, e ele a sexualiza. Certo dia, Anne sai com um cara mais novo, e ele a sexualiza. Certo dia, Anne sai com um cara mais velho, e ele a sexualiza. E tanto fez-se maçã devorada, e nada acalentou aquilo que dentro de si se esvaziava a cada relação sexual fria e efêmera.

Anne ama. 

Ainda.

Certa do clichê "a esperança é a última que morre" - Anne ama, sem a quem amar ter

Fausto sentimento ignoto - Anne ama, sem amada se fazer

Idílio portentoso malogrado - Anne ama, e segue seu onirismo a jazer

...

Anne ainda ama.