quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

São Paulo Paris

Pegar o metrô: vejo tantas pessoas diferentes.
Alguns, em algumas vezes, conversam em inglês,
às vezes um iraniano, um iraquiano, um marroquino,
um argeliano...
mas São Paulo tem mais do que toda a gente,
do globo,
da globalização
de la mondialisation.
Às vezes tem até francês, alemão,
os orientais, os africanos, os Pierres,
as Nathalies.
Josés e Marias.
- tudo misturado.

No metrô
de São Paulo
não precisamos puxar uma maçaneta para podermos abrir a porta
do metrô:
- aqueles alguns vagões antigos parisienses,
que merecem uma visita.

Em São Paulo metrô é oxítona,
como em Paris,
diferente de Portugal:
metro - paroxítona.

Em São Paulo, permito-me lembrar-me de Paris,
nos rostos diversos que encontro
diariamente,
no metrô.

Ser ou não ser

Eu sou uma respiração profunda de querer ser.
Ser: aspecto verbal de contusão do próprio ser;
Aspecto humano, sobre-o-humano e sub-o-humano,
tentativa prosaica e intrincada de tentar ser o ser
e de repente não me sei
o que eu mesma desejo ser.

Ser: verbo que nos liga a predicativos nunca dantes desejados.

Ser: verbo não irregular a trazer adjetivos irregulares ao meu dentro do lado de fora e do
lado de dentro.

Ser ou não ser?

Desagrado de questão.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Um poema em Raskólnikov

Chega em casa, olha, para, olha
para
o olhar
para
o ar
para
a prateleira
para
a cama
para
os brinquedos dos sonhos
param todos
para o silêncio ignoto
o olhar
para

domingo, 18 de dezembro de 2011

às capivaras mutantes

É dia de sorrir, cantar, bailar, mergulhar, pular, voar...
Peguei meu sk8
Tomei meu licor
Sorri
Vi desenhos fantásticos nas nuvens
Assisti ao "Gato de Botas"
Prestei concurso público
Arrumei a escrivaninha
Liguei para meus amigos
E acordei do sono induzido

Quem sou eu?

Ora: a Monica Messias do sempre
do teatro,
do violão,
do babado,
do pintado.

Eu sou a mulher caminhando

da pintura,
da alegria,
da fantasia,
da energia de ser em vida.

Eu sou o eu e pronto. Renasço aos quase 28.

Realizei uns sonhos, ainda faltam tantos... acho que os realizarei também...

- É só seguir as veredas,

Ah! alma de artista é uma coisa tão linda.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

le soir - le matin

De repente acordei e ódio e dor queriam explodir para fora de mim : gritei. E juro, há muito não gritava por independência.

Ah, os sapos coaxam... engoli-los para o quê?

Enfim, meu maior desejo é acordar bem nesta quinta pela manhã. Nascer de novo. Agora, morrerei em sono induzido.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Ouvindo a radio france

Eu estava ouvindo ópera, em um mundo romântico há uma hora, mais ou menos, de repente, senti-me no pós-guerra (sem nunca ter sentido na pele um pós-guerra), por meio de uma música eletrônica (de qualidade)... agora ouço bambus... é bom... agora ecoa um barulho de água...

Quanto ao meu dia... levei o Sansão para dar aulas junto comigo.

Lecionei inglês pendant toute la journée. Oh mon Dieu !

O barulho bom de água continua na radio france.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O dia do diploma

O e-mail da seção de alunos da Letras já tinha chegado. Era para eu ir retirar o diploma. Enfim, retirei-o. Não sei descrever a quantidade de sentimentos que se passaram pela minha pessoa e cabeça naquele instante da retirada, talvez tenha sido uma viagem ligeira à pessoa em que me transformei em 5 anos de usp, destes 5 anos, 6 meses na inevitável saudosa Coimbra.

"Coimbra tem mais encanto na hora da despedida"

Eita... força pro mestrado.

Com o diploma em uma pasta, peguei o busão Terminal Princesa Isabel junto com Nath, encontramo-nos ainda na usp no busão com nosso amigo Felipe (o Quaé), falamos besteiras e comemoramos meu diploma no Mc. Ah... já o tinha comemorado antes com Nath no café à italiana da Letras.

Feliz. Formei-me.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

La maladie

Hoje, depois de muitas manhãs estranhamente estranhas,
pareço ter acordado d'une maladie.

Esta maladie veio me consumindo,
partindo, ruindo, inserindo,
tantas informações, imagens e cores e dores.

Um choque.
Um piscar de olhos.
Ou se quiser:
uma vida inteira.

Hoje, depois de muitas manhãs estranhamente estranhas,

pareço ter acordado d'une maladie.



domingo, 29 de maio de 2011

Da saudade de ser em vida

O sopro que é a vida
Um farfalhar,
Um rosnar,
Um sorrir,
Um chorar.

O instante que é vida
Planos,
Carreira,
Relacionamentos,
Divertimentos,
Tristezas,
Surpresas.

Viver
As contas para pagar,
O amor para viver,
A saudade para senti-la,
E o tempo que não sei o quanto tenho.

Uma flor nascida no meio do asfalto: cuidado em fazer da vida uma vida que podia ter sido e que não foi.

Racho o asfalto, mas se nascesse em solo fértil, ah sim, seria mais fácil.

Mas desistir de rachar o asfalto é covardia.

Enfim, racho-o.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

O dia 6 de abril

Diferente do enterro de Brás Cubas, com chuva e poucas pessoas, o enterro de meu pai foi num lindo dia de sol com homenagens de praticamente todos os hangares de aviões onde ele trabalhou. Meu pai era mecânico de aviões. Quando eu era criança, ele me levava em voos de experiência em seu colo, no lugar do copiloto, e eu me deleitava a brincar no manche dos pequenos aviões.

Em 1991, meu irmão mais velho, Márcio, caiu de um avião - pane seca - o avião partiu-se ao meio, mas não explodiu, o que fez com que ele sobrevivesse e com que minha mãe deixasse de permitir minhas idas aos voos de experiência.

Meu pai viveu: conheceu todo o Brasil a socorrer aviões.

Em seu velório e enterro vi que pela primeira vez na vida deveria sentir uma saudade infinda.

Meu paizinho Tiãozinho morreu à 1 hora do dia 6 de abril. Meus irmãos Márcio e Sandro estavam com ele. Eu em São Paulo, eles em Sorocaba. Não tenho imagens para transcrevê-las, tenho apenas os relatos de meus irmãos e de minha mãe, em especial, do Sandro.

Liguei para minha mãe no dia 5 à tarde e ela me disse que "o pai tá ruim, viu", que era caso de chamar o resgate. Disse para ela ligar para os meus irmãos e eu também os contactei pelo msn. À noite liguei novamente. O Márcio disse que "o pai tá mal", mas estava sendo atendido. Já estava dormindo quando ele me ligou e disse que "infelizmente o papai morreu, Mô". Desliguei o telefone depois de ter dito algumas coisas, do tipo "tá bom", "...", vazio, susto, tristeza e mudez. Chorei. Fui para Sorocaba, cheguei ao velório. Meu pai estava morto dentro de um caixão. Apenas o seu corpo. A alma dele em paz. Penteei o cabelo do corpo, junto de minha mãe, como meu pai fazia quando vivo: de ladinho, e não para trás como o fizeram. Meu lindo pai, meu paizinho, mecânico de aviões, 65 anos, 2 de aposentadoria.

Amo-o para sempre.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Em ordem

E do que ela precisava era nada mais nada menos

a casinha

Começo de carnaval - março de 2011

Arrumando

Estudando

Namorando

Dormindo e

Acordando.

O de sempre corre como o de sempre,

Estas são as notícias que tenho sobre mim.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Início de 2011

Casa de mamãe até a primeira dezena do mês. Depois um pouco de Sampa, São José dos Campos e Campos do Jordão, as duas últimas em apenas um chuvoso dia. Retorno a São Paulo. Em alguns dias, um pouco de Jureia. Retorno a São Paulo.

Já é 22 de janeiro.

Estou bem e contente, precisava era de um bom descanso.